Epilepsia: Compreendendo e Vivendo Bem com a Condição

A epilepsia é uma condição neurológica que pode trazer desafios, mas com o entendimento certo e o cuidado adequado, é possível viver uma vida plena e ativa. As crises epilépticas são causadas por descargas elétricas anormais no cérebro e podem variar em intensidade e frequência de pessoa para pessoa. Cada caso é único, e a maneira como a doença evolui e responde ao tratamento também pode ser diferente.

Diagnóstico

O diagnóstico da epilepsia é um passo importante para entender o que está acontecendo e buscar o tratamento correto. Geralmente, ele começa com uma avaliação clínica detalhada, em que o médico realiza uma história clínica minuciosa e exame físico, focando especialmente nas áreas neurológica e psiquiátrica. Durante a consulta, é muito importante compartilhar seu histórico médico e descrever com clareza as sensações incomuns que antecedem a crises, conhecidas como aura e os possíveis fatores que desencadearam o episódio. Se possível, ter o relato de alguém que presenciou a crise pode ser valioso para descrever os detalhes que você talvez não consiga lembrar.

A aura acontece de forma muito individualizada, cada paciente tem a sua história e apresenta relatos que variam entre sensação no estômago, emoções como o medo, sensação de “deja vu”, sensação de sabor ou cheiro, alterações visuais, tonturas e perda de equilíbrio ou até alucinações.

A história clínica completa inclui questões como eventos desde o nascimento, crises febris na infância, histórico familiar de epilepsia e possíveis traumas ou infecções anteriores. Também é essencial que o médico faça um diagnóstico diferencial cuidadoso, distinguindo a epilepsia de outros distúrbios que podem causar sintomas semelhantes, como síncopes ou enxaquecas.

Alguns exames complementares podem ser solicitados para auxiliar no diagnóstico, como o eletroencefalograma e a ressonância magnética de crânio.

Tratamento e Controle das Crises

Tratar a epilepsia envolve mais do que apenas controlar as crises, trata-se de ajudar o paciente a se adaptar e viver bem com a condição, o tratamento é altamente personalizado e pode incluir medicamentos que ajudam a controlar as crises. A escolha do medicamento certo leva em conta vários fatores, como o tipo de crise, idade, sexo e outras condições de saúde do paciente.

É comum que um único medicamento seja suficiente para manter as crises sob controle, mas a eficácia do tratamento depende muito da adesão rigorosa às orientações médicas. Seguir o plano de tratamento e comparecer às consultas de acompanhamento são passos fundamentais para garantir uma boa qualidade de vida.

Viver com Epilepsia: Possibilidades e Limitações

Esportes e Atividades Físicas:
A prática de exercícios é não apenas segura, mas também recomendada para a maioria das pessoas portadoras de epilepsia, trazendo benefícios tanto físicos quanto emocionais. No entanto, é sempre importante consultar o médico antes de iniciar qualquer nova atividade física, especialmente se envolver riscos, como esportes aquáticos ou de altura. Com as precauções certas, você pode se manter ativo de forma segura.

Trabalho e Carreira:
A epilepsia não impede que você tenha uma carreira. No entanto, é importante escolher atividades que não coloquem sua segurança ou a de outras pessoas em risco, especialmente se as crises ainda não estiverem completamente controladas. Algumas profissões, como motorista profissional ou cirurgião, podem exigir uma avaliação cuidadosa.

Dirigir:
A depender do tipo síndrome epiléptica, do controle de crises, uso adequado de medicação, após rigorosa avaliação médica, um paciente portador de epilepsia poderá dirigir veículos automotores elencados na carteira do tipo B.

Educação:
Crianças e jovens com epilepsia têm todo o potencial para participar plenamente da vida escolar. Na maioria dos casos, elas têm a mesma capacidade intelectual que seus colegas. No entanto, se a epilepsia estiver associada a outras condições que afetem o desenvolvimento como o transtorno de déficit de atenção e transtorno de espectro autista, adaptações educacionais podem ser necessárias para garantir que recebam o apoio adequado.

Evitando Gatilhos e Mantendo o Controle

Existem certos fatores que podem desencadear crises, como privação de sono, estresse, consumo de álcool e exposição a luzes piscantes. Conhecer e evitar esses gatilhos é um passo importante para manter as crises sob controle.

Adotar um estilo de vida saudável, com uma rotina de sono regular, alimentação balanceada e prática de exercícios físicos, pode fazer uma grande diferença. Além disso, o acompanhamento médico regular é essencial para monitorar o progresso do tratamento e fazer ajustes quando necessário.

IMPORTANTE:

Procure ajuda imediatamente se estiver enquadrado em uma ou mais das situações a seguir:

  • A convulsão durar mais de cinco minutos
  • A respiração ou a consciência não retornar após o término da crise
  • Uma segunda crise ocorrer imediatamente em seguida à primeira
  • Febre alta durante a crise
  • Estar grávida e ter uma crise
  • Ter diabetes e ter uma crise
  • Machucar-se durante a crise
  • Continuar a ter convulsões mesmo depois de fazer uso de fármacos anticrises
  • Ter uma crise pela primeira vez
  • Uma única crise não significa que você tenha epilepsia. O mais importante é ser avaliado e receber o diagnóstico de um médico especialista.

A epilepsia pode ser um desafio, mas com o tratamento adequado e um estilo de vida bem planejado, você pode viver bem e aproveitar a vida plenamente. Se você ou alguém que você conhece está lidando com a epilepsia, saiba que o controle da condição é possível e que a vida continua cheia de possibilidades.

Estou aqui para ajudar. Agende uma consulta para discutirmos juntos a abordagem para o seu tratamento.